10 junho, 2012

doçuras

a noite fria e chuvosa propõe obstáculo ao reencontro, mas em algum lugar entre a garganta e o coração um calor faz combustível para o primeiro passo fora de casa. encontramos abrigo na pequena cervejaria, mesa para dois, nem tão claro que fira a vista, nem tão escuro que os contornos do outro se borrem. a cerveja faz às vezes de champagne até no estouro educado, e o garçom derrama nos copos a promessa de memórias de frutas, ameixas e uvas. a leveza da bebida e a leveza da conversa, ainda que temas duros permeiem as risadas. envelhecer. futuro. casamento. corpo. o doce que os goles estalam na garganta amansando medos e dores. o olho no olho também: certeza de companhia e compreensão. lá fora a cidade fria e deserta - cá dentro, o queijo e mel em torno do qual arrulhamos fazendo as vezes de lareira.

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