29 novembro, 2009

Flor de Obsessão

Fui trocar as músicas do MP3 (colocar o primeiro volume da trilha sonora de Glee, dentre outras coisas) e percebi que sou incapaz de apagar os dois álbuns do Interpol.

Não importa o humor, nem a situação, nem a fase da vida: sei bem que vai ter um momento em que a salvação estará em ouvir No I in Threesome no volume mais alto possível (ou Pace is the Trick, ou qualquer outra das faixas de Out love to admire e Antics). E por isso não consigo apagar...

26 novembro, 2009

Agradim

Já que meu mau-amor anda atacado, que a correria anda intensa, a lista de afazares imensa, a grana curta, o ano acabando, e dali a pouco é outra década, um agradinho pra você, só para te(me) lembrar que - no meio de tanta coisa que corre, passa e não deixa nem poeira - tem esse amor de delicadezas trançadas para que a gente descanse.

A gente é catavento e girassol, é meio avesso, mas também é encontro e reconhecimento. Então, um carinhozinho para recomeçar mais uma vez.



22 novembro, 2009

Livros


Nesta sexta-feira,dia 27 de novembro de 2009, a Annablume realizará o lançamento de quatro títulos que integram a Coleção Trabalho e Contemporaneidade, dentre os quais o meu "Entre Desalento e Invenção":

  • Entre Desalento e Invenção: experiências de desemprego e desenraizamento em São Paulo. Fabiana Jardim.
  • Em busca do "novo": intelectuais brasileiros e movimentos populares nos anos 1970/80. Marco Antonio Perruso
  • O trabalho reconfigurado: ensaios sobre Brasil e México. Marcia de Paula Leite e Angela Maria Carneiro Araújo
  • Entre a solidariedade e o risco: sindicatos e fundos de pensão em tempos de governo Lula. Maria A. Chaves Jardim
O lançamento será das 18h30 às 21h30, na Livraria Martins Fontes, Av. Paulista, 509. Estão todos convidados!

Para quem quiser saber mais sobre o livro, um pouquinho dele pelo mundo:

Desalento Paulistano (Boletim FAPESP, em 19/10/2009)
Matéria Rede Brasil Atual (9/11/2009)
Entrevista ao Pesquisa Brasil (Eldorado AM e Revista FAPESP)



***

Esta semana tem ainda a Feira de Livros na USP, com diversas editoras vendendo a pelo menos 50% de desconto. De 4ª a 6ª feira, no Prédio da História e Geografia (na Cidade Universitária).

16 novembro, 2009

(silêncio)

vontade de ficar sozinha
só para saber
se você ia
ou vinha
quando deixou
esse bagaço
no meu peito
pedaço estreito
defeito na mercadoria
do jeito que você queria

(Alice Ruiz)

Desafiando a gravidade

Glee realmente não faz muito bem prum ser que no dia-a-dia já acha que está num "Qual é a música?"... O último episódio foi super bonito e - como em geral - delicado. Adoro o jeito com que eles desenvolvem toda a coisa da adaptação/inadaptação, do jeito mais bem-humorado e sem puro preto-no-branco.

E fiquei com essa música na cabeça ontem o dia todo, em especial depois de ver o vídeo do Tony Awards, em que as duas, a Kristin Chenoweth e a Idina Menzel estavam concorrendo: é daquelas cenas de arrepiar e levar às lágrimas (ou eu é que, além de labreguenta por natureza, estou na TMP...). É um trechinho do musical Wicked, que está em vias de virar filme, e é uma espécie de continuação do Mágico de Oz.




09 novembro, 2009

à procura


Já te contei da primeira vez que te vi. Já te contei também do abismo que se abriu debaixo dos meus pés, sem aviso, nem seguro, quando você também me viu. Já te contei, já recontei: para não esquecer e para não lembrar mais.
Mas então, ela pôs em palavras a exatidão daquele instante em que nada mais foi igual. E foi quase te reencontrar, no começo da madrugada, quando sonho e realidade se misturam e pressagiam infinitas possibilidades.
De manhã, ansiosa, fui reler o texto e não achei. Entre os goles no café, tentei me manter calma, procurar com mais cuidado, modificar as chaves de busca, desesperada pela possibilidade de ter perdido a boniteza daquela carta. Finalmente, consegui encontrá-la: estava ali o tempo todo, bem na frente do meu nariz, mal escondida debaixo da minha angústia em perdê-la.
Perder você faz parte da vida. Inaceitável é perder a precisão com que alguém enfeixa os sentimentos todos e os amarra em três parágrafos e um ponto final.

Carta nº 9 - dos primeiros dias (Rita Apoena)

Ontem os seus olhos doeram em mim. E como pode um olhar doer em alguém uma dor tão limpa, rabiscar de azul o silêncio que estendi pelos cantos no chão? Tive tanto medo de encontrá-los, tive medo de levantar os cílios e eles se deitarem feito um pássaro em tuas mãos tão claras, e descobrires o que eu já não posso evitar. Tive medo de notares o quanto eram indefesos diante dos teus... Por isso, tratei de escondê-los por trás do quadro, dos ferros na janela, da cortina, do tapete, das pétalas, colocando-se diante de minhas pálpebras, enquanto eu falava qualquer coisa para me esconder por trás das palavras.

Mas foi quando eu ainda nem havia dito nada, foi quando eu ainda nem te conhecia, foi na fresta que, por descuido, esqueci aberta... que teus olhos doeram em mim, caíram em mim e me mancharam de tinta. Não sei o que era ali dentro deles, se a minha tristeza ou a tua, mas nunca vi olhos tão claros, nem outros que ofuscassem tanto a minha vida.

Agora eu viro para o lado e não quero mais que o outro me siga, não quero mais que o outro me toque porque tocar as minhas costas é empurrar a manhã para o meio das nuvens, entende? Uma manhã que era toda feita para colher as maçãs, as maçãs que eu enrolaria doces numa forma para te dar. Por isso, quando ele me tocou, duas lágrimas eu aninhei no travesseiro, e escorri com elas, e dentro delas esperei que ele tocasse o meu corpo. Só voltei quando ele acabou.
 
Imagem: Nacho Gómez

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