26 julho, 2009

Embalos de sábado à noite

Tudo bem que hoje é domingo, mas ontem essa música fez festa aqui dentro...

Alimentar o corpo

Então, depois de muito tempo, eis me aqui finalmente roubando tempo para escrever as duas receitas que prometi.

Começando pela mais fácil: Creme de cenoura com gengibre.

A única coisa difícil dessa receita é tentar entender as medidas, já que fiz depois de experimentar em algum lugar e por isso só sei fazer a olho...
Ingredientes:
3 ou 4 cenouras médias
2 batatas médias
1 pedaço bem pequeno de gengibre (hmmmm... deixa eu tentar explicar melhor... mais ou menos a metade de um polegar).
Sal.
Água.
Bão. Preparados para os passos da receita?
Então é assim: você descasca as cenouras e as batatas e as corta grosseiramente. Aí, coloca na panela de pressão, com mais ou menos 1,5l de água fervendo (ou até cobrir), junto com sal e o gengibre. Aí fecha, deixa cozinhar por vinte minutos e fica sentindo o aroma do gengibre se espalhar pela cozinha - ou pela casa, caso a sua seja pequenina como a minha ;-)
Passados os vinte minutos, você desliga e espera esfriar (ou, se se sentir seguro, coloca a panela debaixo da água fria, para interromper o cozimento e tirar a pressão). Abre, e aí bate o creme. Eu uso o mixer pra bater na panela mesmo, mas no liquidificador também rola. Experimente e corrija o sal, se necessário.
Voilá! Está pronta. Super leve e saborosa, um creminho para aquecer seu inverno.
Agora, a da torta. Quem me ensinou essa receita foi minha mãe, que faz uma deliciosa torta de ricota com espinafre. Como ela é fácil por ser de liquidificador, acabei adaptando-a para outros recheios, como alho poró ou palmito. Fica tudo bom, desde que você cuide de deixar o molho um pouco molhado, porque a massa é bem sequinha.
Vamos aos ingredientes:
1 xícara (chá) de maizena
1 xícara (chá) de farinha de trigo
1/2 colher (sopa) de fermento em pó
3 colheres (sopa) de queijo ralado
4 ovos
1 colher (chá) de sal
1 xícara (chá) de óleo
1 dente de alho amassado
1 cebola ralada (eu uso uma pequena)
1 colher (sopa) de salsa picadinha
Duas observações:
- ao invés de 1 xícara de farinha, eu coloco 1/2 xícara de farinha de trigo branca e 1/2 de farinha integral.
- ontem, como estava sem maizena (e com muito frio para sair e comprar), acabei colocando 1 xícara de farinha branca e 1 xícara de farinha integral. Ficou ótimo! Estou pensando seriamente em passar a fazer assim daqui pra frente, porque achei mais leve do que a versão com maizena.
Bom. Passos da receita.
Você deve colocar todos os ingredientes secos numa tigela. E aí, no liquidificador, você bate os ovos, sal, oléo, alho, a cebola e a salsa.
Então, você vai misturando, com uma colher de pau, a parte seca e a molhada. A massa fica verde e bem pesada mesmo, não se assuste.
Quando tudo estiver misturado, você deve separar a massa em duas partes. Aí, coloca metade na fôrma untada com óleo e farinha, para fazer a camada debaixo. Eu uso uma faca para espalhar mais uniformemente. Forrada a fôrma, coloque o recheio de sua preferência e depois cubra com o restante da massa. Então é só colocar no forno pré-aquecido e deixar por cerca de vinte minutos - ou, método mais utilizado por mim, até cheirar e estar dourada. Pronto!
Sobre os recheios, o de ricota com espinafre é básico: refogue e corte o espinafre; amasse a ricota com garfo e depois misture ao espinafre, colocando um pouquinho de leite ou requeijão para dar liga e não ressecar.
O de alho poró também é fácil: molho bechamel, misture o alho poró, deixando cozinhar um pouco (um médio é suficiente para esta quantidade de massa) e está pronto.
Bom apetite!

24 julho, 2009

Flor de Obsessão



Este post ia se chamar, de novo, algo como "perder-se, desdobrar-se". Mas então resolvi mudar-lhe o nome e chamá-lo assim, "flor de obsessão".

Era o Nelson Rodrigues quem se auto-entitulava flor de obsessão, porque - de fato - ele tinha alguns temas a que retornava sem cessar: desde os jovens, a esquerda até os umbigos . E eu sou uma fã de carteirinha das crônicas dele, a ponto de ter pensado em trocar o objeto de estudo do mestrado, na Teoria Literária, das crônicas do Drummond para as dele (mas isso já é outra história...).

Como eu tinha dito - e a ausência de posts confirma - ando mesmo sem vontade de falar ou escrever. Se pudesse, ficava escondida do mundo, quietinha e em silêncio, apenas com meus discos e livros. Como não dá, tenho alimentado um bocadinho a alma com coisas bonitas de ler, ver e ouvir. Ontem, por exemplo, acabei comprando um livrinho da Eva Furnari chamado Luas, que é tão delicado e feminino que não resisti: meu presente de aniversário antecipado...

No começo da semana, visitando o blog da Sally, topei com uma citação que tinha me animado a escrever umas tantas palavras, provavelmente menos pra me comunicar do que para amansar meus leões: "É preciso ocasionalmente perder-se quando queremos aprender algo das coisas que nós próprios não somos" (Nietzsche).

Tenho pensado muito sobre se perder e sobre como "a volta" de estar perdido não é reencontro, mas descoberta. Tenho pensado muito sobre como são (cada vez mais) estreitos os limites para que façamos o exercício de dar significado às coisas, para que possamos pôr em questão o objetivo mesmo que nos move, para que possamos respirar e refletir, ao invés de sermos pura ação e pró-ati-vi-da-de (e talvez esses pensamentos tenham também a ver com a coluna do Tony, já há algumas semanas).

Tenho pensado nisso provavelmente porque ainda não consegui me perdoar pelo resultado final da tese (e os pesadelos recorrentes a respeito reforçam essa hipótese). Com todas as ponderações - tive filho; não tive pudor em seguir as pistas de minhas intuições; tive crises; envelheci; mudei de interesses... - eu me envergonho pelo "produto final", porque pra mim forma e conteúdo estão tão imbricados que me dói - fisicamente, inclusive - ler minha tese. Ela é minha, nos erros e acertos. Eu que gestei e pari. Mas eu queria tanto mais para ela... E não houve tempo ou, pra dizer melhor, minhas escolhas me puseram em descompasso com o tempo de que eu dispunha para fazê-la. O tempo me atropelou, me deixou sem fôlego, quase que me afoga.

Mas sei que sou tão diferente do que era quando a comecei. Sei que, apesar de tudo, ela é fruto do meu esforço - tão desgastante, principalmente porque tem como consequência o descompasso que comentei acima - de pesquisar de modo a não perder de vista a pergunta do Foucault, que o Maurice um dia colocou lá no Margens sob o título provocador "pra quem está terminando tese": "Que devo ser eu, eu que penso e que sou o meu pensamento, para eu ser o que eu não penso, para que o meu pensamento seja o que eu não sou?" (Michel Foucault, As Palavras e as Coisas).

Perder-se, despedir-se de si mesmo, desdobrar-se: minha obsessão dos últimos tempos. Tentativa de entender o que foram todos esses últimos quatro anos; de me afastar da minha forma de me colocar frente às referências e às evidências (e à vida); de pesquisar uma nova forma, mais confortável, de estar no mundo.

Esforço de escapar desse incômodo tempo das "coisas que não são mais", mas também "não são ainda" (como fala a Hannah Arendt, com quem também convivi por tanto tempo). De assumir que me perdi à meio caminho, sem me culpar por isso. De acolher o tempo em que estive perdida, de aprender a ficar grata pelas possibilidades que isso me abriu.

Reaprender a me ver no espelho: eu que quase não mudei, mas que já não me reconheço.

Imagem: Alicia

22 julho, 2009

(meia confissão)

A voz do Lenine, ah...a voz do Lenine... Aliás, o Lenine, ah... o Lenine. Nem conto o efeito que esse homem tem sobre mim, com sua voz macia que canta tão perto do ouvido que quase dá pra sentir a respiração quente e o corpo mole-mole, gritando sim antes mesmo de qualquer pedido. Ui!

21 julho, 2009

notícias da concha

Pois é. Por aqui, ultimamente, é só silêncio.

Daqui a pouco voltamos, com a programação normal :-)

15 julho, 2009

(A imagem do perfil, mais uma vez, é cortesia do sr.Meu Marido, brincando neste site).

(E o melhor foi o Rodrigo, que é fã no Picasso, vir me perguntar: "- Igual o Pablo Picasso, né?". Mas outro dia conto da paixão dele pelo Picasso e pelo Miró...).

14 julho, 2009

Respiro

- Pela primeira vez, em muito tempo, consegui escapar (talvez fugir fosse o termo mais adequado) dos montes de coisinhas para resolver e ficar com o Rô, numa dia típico de férias.

- E aí fomos à exposição Arte para Crianças, que é uma delícia. Nós fomos antes do almoço, e então ainda estava bem vazio. Deu para curtir cada obra sem pressa... Rodrigo adorou tudo, quis rever algumas coisas várias vezes, brincou, pulou, andou, explorou, inventou. E acabamos terminando pelo começo, com as portas da Yoko Ono, simplesmente deliciosas. Um programa lindo pra fazer com as crianças!

- A animação com poemas do Manoel de Barros quase me levou às lágrimas.

- Aproveitando que estávamos por ali, depois fomos ao shopping, comprar cuecas e meias novas, porque as do Rô estão todas pequenas :-) Como ele foi se cansando, decidimos parar na Livraria Cultura e ler umas histórias, mas quando vi que ele ia dormir, escolhi dois livros, sentei numa poltrona, e fiquei lendo enquanto o Rô dormia, mais de uma hora! Nunca tinha feito isso, de sentar e ler na livraria e adorei! Um tempo precioso, roubado da gente mesmo...

13 julho, 2009

antes de você chegar
eu nem sabia que era possível
um olhar fazer eco.

você me olhou
e esse olhar ecoa,
ressoa, reverbera:
em cada esquina do meu corpo
um persistente arrepio.

Decifrando o universo do trabalho

Eu aqui, atrasada porque não consegui terminar um relatório no final de semana. Rodrigo me rondando, me mostrando seus monstrinhos-porquinhos de massinha.

Aí, começam as perguntas:
- Mãe: isso é outra tese?
- Não, filho. A tese já acabou.
- Isso é um artigo?
- Não filho. O artigo também já acabou. Isso é um relatório.
- Relatório?

E hoje de manhã, eu conversando no telefone com Mauricio, e o Rô veio ouvir a conversa. Até que eu digo pro Mauricio que estou enrolada:
- tô enrolada, porque tenho...
(aí o Rodrigo se intromete):
- ...uma re-ô-nião.

Que será que esse menino vai achar que significa trabalhar, hein?

(e me lembrei da filha da Mércia, que quando era pequena, respondeu pruns amigos que perguntaram o que ela ia ser quando crescesse: "vou ser reunião!". Igual a mamãe...).

12 julho, 2009

(Eram) Três coisas

- Uma dica cultural.
A convite da querida Cássia, mãe do E. (amiguinho do Rô, da escola), fomos assistir hoje o espetáculo Brincadeiras, do grupo Acrobático Fratelli. Eles são muito bons, e o espetáculo é bonito, colorido, divertido e com música ao vivo! O Rodrigo adorou, principalmente as palhaçadas estilo pastelão :-) Além desse, eles estão em cartaz também com outro espetáculo: Sintonia. O E., que na noite anterior tinha visto este, estava impressionadíssimo e contou vários trechos pra gente; este é todo aéreo, e pelas fotos, parece mesmo muito bonito.
Eles vão ficar em cartaz nos próximos dois finais de semana (até 26/6). O Brincadeiras é somente aos domingos, às 16h e o Sintonia, aos sábados (21h) e domingos (20h). No Teatro do Colégio Santa Cruz, que fica na rua Orobó, 277.

- Uma dica gastronômica.
No início das férias, finalmente arrumei tempo para fazer o primeiro pedido à Manjar - Cozinha Integral. Conforme meus planos de começo de ano, estou riscando as carnes do meu cardápio. Mas ainda fico meio insegura, porque sei que tenho um estoque limitado de receitas e habilidade no uso de temperos (por isso mesmo, também comprei um livrinho de Cozinha Indiana, só com pratos vegetarianos; tem uns que dá uma vontade de sair logo fazendo...). Então, desde que vi os pratos oferecidos pela Manjar, tinha ficado com vontade de experimentar. Como era férias, arrisquei pedir vários pratos de uma só vez e posso dizer, agora que já comemos mais da metade, que valeu muito a pena! O primeiro prato que provamos foi o creme de abóbora japonesa com alecrim (de-lí-cia!) e são todos bons, leves e saborosos. Acho que depois de acabarem as férias, vou continuar pedindo, para as emergências dos dias em que não consigo cozinhar; pelo menos assim a gente come de forma saudável e gostosa. Uma das nutricionistas da Manjar é a Fernanda, que inclusive é a autora da receita daquele strogonoff que o Rô adora, que eu tinha visto na Revista dos Vegetarianos e tinha dado a dica no post sobre Economia Doméstica.
E o que acho mais gostoso no cardápio que elas oferecem é que são pratos que privilegiam os sabores delicados ao invés de carregar na mão só porque não tem carne. Vou tentar explicar: tem alguns restaurantes vegetarianos que acabam carregando em frituras, queijos e molhos. Mas os pratos delas não: são super leves, cheios de verduras e legumes. Nem conto a delícia que estavam as almôndegas de legumes e aveia que comi ontem...
Ah! Depois venho colocar aqui a receita de uma torta que fiz a semana passada; modéstia à parte, ficou boa e saudável e é fácil, porque é de liquidificador. A massa fica meio verde, porque mistura salsinha e cebola, e eu fiz com uma parte de farinha integral... Mas depois venho contar direito.
E também vou dividir com vocês a super simples e fácil receita do creme de cenoura com gengibre, ótima para dias frios em que a gente está sem paciência de cozinhar ;-)

- Hmmm... Qual era a terceira mesmo? Me perdi total no papo da comida... Bom. Se me lembrar, volto. (Vergooooonhas, que essa minha memória me anda fazendo passar. Tô completamente disfásica - sabem? Quando a gente esquece a palavra, embatuca e fica "ahhhn...é... ahn...". Tenebroso...).

Ah; mas já que esqueci, vou contar do diálogo que tivemos no caminho pro teatro. Rodrigo reclamando do sol:
- Mãe. O sol tá bem na minha cara. Eu não gosto.
- Ai, Rô, é chato mesmo, mas já-já a gente vira e o sol sai da sua cara.
- Tudo bem, mãe. Eu tô com a mão na "tomba".
- Ahn? Mão na tromba? Do elefante?
- Não, mãe. Na "tom-ba".
- O carro quase tromba?
- Não mãe. Aqui no escuro do sol... a "tomba".
- Ah!!!! A sombra, claro, meu filho...
:-)

11 julho, 2009

Pra esquentar

Trabalhando e ouvindo Strokes...

Brevíssimas

- Chove, chove, chove... É cinza, mas ao mesmo tempo tão macio, isso tudo que escorre por dentro.

- Rodrigo ontem, no carro, colocando as botas no meio da conversa: "a minha bota é suuuper radical!". Onde ele aprendeu a falar essas coisas, minha gente?

- Não resisti, e na semana passada, peguei a segunda temporada de Supernatural. Assisti vários episódios de dia, mas com a cara meio escondida no edredom. E os episódios que assisti com o marido, o coitado quase que ficou sem mão!

- Quando Edu e eu começamos a namorar, ele adorava me levar pra ver filmes de terror, só porque eu me agarrava nele...

- E alguém me explica porque raios o Dean, depois de fazer pacto com "o demônho" pra trazer o Sam de volta, volta pra cabana, vê o irmão em pé, vivinho da Silva, e exclama: "Graças a Deus?".

- No final de semana passado, em que fomos ao sítio, Rodrigo e eu brincamos um montão de escorregar de papelão no morro. Eu amava fazer isso quando era pequena - minha avó levava a gente pra beira do Igapó (que é um lago que tem em Londrina) e a gente se esbaldava de escorregar... Tão gostoso!

- E no sítio, ainda desci de tirolesa, berrando pelo caminho cada fantasma dos últimos meses...

- Acho que sou mesmo bicho-do-mato. Indescritível a sensação de pilha recarregada depois de pouco mais de 24 horas longe da cidade, andando e subindo morro, colhendo limão-cravo do pé e temperos na horta, enchendo os olhos de paisagem. Sou louca por uma montanha ;-)

09 julho, 2009

Gato de botas

Brincando "lá embaixo"


Pronto para ir ao parque ;-)

Azul

Adoro esses dias de inverno, ensolarados e azuis. Os olhos ficam secos, a cabeça ontem doeu um pouco, mas a alma leonina... essa fica feliz da vida com tanta luminosidade ;-)

Para começar o feriado tecendo delicadezas, um pouquinho de Angela Rô Rô.

Depois volto, pra postar fotos do Rodrigo, que no final de semana ganhou galochas vermelhas e agora só anda com as benditas... O cara andarilhou o sítio da Monika sem parar, feliz e contente com suas botas: o próprio explorador!

08 julho, 2009

(envelhecendo)

Comecei a desfiar a memória com Pet Shop Boys






... passei também pelo Menudo




...pelo New Kids on the block



...pelo Polegar...




...e terminei com Dominó!

(...)

Era aquela lua vermelha que lhe tornava assim tão aguda. Ela era silêncio. E uma dor rasgada lhe habitava o corpo. “Agora sou pássaro”, pensou baixinho, abrindo os braços antes que o pensamento se completasse. O corpo sabia mais do movimento de liberdade que transfigurava a Mulher. Ela estava doente de ser prisioneira e lutava com desespero para não ser quem era. Fazia o exercício do ilimitado e nunca então esbarrava tanto em limites. A dor moradora de seu corpo às vezes dormia, outras sonhava ser prazer, mas na maior parte do tempo apenas latejava. Doendo-doendo-doendo. Incansavelmente dor.


“Agora sou flor”, pensava, seca, tentando segurar a vida entre os dedos. Mas se era botão, arrancavam-na. E se já era flor, fazia-se outono e logo estava no chão. Durante a queda bailarinava, mas apenas até estilhaçar-se, seca e opaca.


A Mulher estava aos pedaços sob a lua tão vermelha quanto o líquido que escorria dentro dela, tão vermelha quanto o fogo que ardia dentro dela, tão vermelha quanto os seus olhos secos de não chorar. Mulher aos pedaços. Seca. Árida. Nem pássaro nem flor.


Palmilhava o chão sem pressa, sem onde ir. Tudo era silêncio sob a lua vermelha.


07 julho, 2009

Muito romântica



(desde sábado, a cada dia acordo com uma música cantada pelo Frank Sinatra diferente na cabeça. Vai entender!).

(teve uma época em que eu ouvia muito Frank Sinatra; mais ou menos a mesma época em que eu assistia musicais aos finais de semana frios e chuvosos. Tempo bom de estar sozinha e descobrindo novos mundos. Tempo de ficar feliz ao olhar o espaço vazio recém inaugurado).

(É. Talvez não precise de tanto esforço assim para entender porque os olhos azuis do Frank Sinatra têm me perseguido :-)

03 julho, 2009

Ternura

Gravei para pôr , mas quem disse que minha corujice resiste a dividir a vozinha doce e tagarela do meu pequeno contador de história, que quase perde o fôlego a cada estrofe, já que a voz não acompanha o ritmo da memória - e de tão "influída" pela cadência da poesia, acabei fazendo rima ;-)

Coisa doce da vida!



* A história que ele está contando é "Agora é minha vez", de Zeca Sampaio, ilustrado por Elen Pestili (da Brinquebook).

01 julho, 2009

Inferno astral

A pouco mais de um mês do meu aniversário e uma vontade louca de recolocar a casa em ordem, faxinar, jogas coisas fora, trocar os móveis de lugar (calma, Edu, tô resistindo bravamente. Quer dizer... Mais ou menos...) mudar as roupas, cortar o cabelo, trocar os óculos... Me reinventar, porque os caminhos percorridos eram um pouco diferentes do que achei que fossem ser, e agora quero outra coisa.
E um poema da Ana Cristina César martelando na minha cabeça, me dando a impressão de que a outra coisa é isso aqui: esse agora meio solto, respiro, suspensão.

é aqui
por enquanto
ainda não tem
cortina
tapete luz indireta
amenizando a noite
quadro nas paredes

Mesmo que haja ainda um pouco de vazio, é só por enquanto. Mas o lugar é aqui. É. Acho que sim.