28 fevereiro, 2009

Palavras foragidas




Rodrigo, hoje, no meio do supermercado, cantando em alto e bom som, várias e várias vezes: "O mundo é bão, Sebastião!". E não é que, a gente se distrai, e é mesmo?

25 fevereiro, 2009

Duplas de dois

Só ia escrever de novo amanhã, mas já que tô aqui no meio vapor por causa da gripe e também já que acordei com lembranças de músicas surreais na cabeça, resolvi escrever.

Minha mãe sempre foi musical - lá em casa eram vários LPs e fitas cassete, dos mais variados artistas. A coisa era bem eclética mesmo e minha mãe soltava a voz cantando. Tinha muita música popular brasileira, mas depois que minha mãe voltou dos EUA, tinha também muita Shirley Bassey, Elvis Costello...

(Talvez aí esteja a origem da minha síndrome de qual é a música. Ou talvez tenham sido muitas viagens à Londrina, em que minha irmã e eu íamos inventando jogos para diminuir o longo tempo da viagem. Uma das brincadeiras preferidas era lançar uma palavra difícil para que a outra pensasse em uma música que tivesse a tal palavra na letra).

Comecei a pensar nessas coisas porque hoje acordei com uma música na cabeça de, ninguém mais, ninguém menos do que... Antonio Carlos e Jocafi! Estranhamente - já que eu tenho uma memória rídicula e decoro tudo quanto é letra de música - não consegui me lembrar da letra, só da melodia. Mas aí me lembrei da fita onde ela estava gravada, dos finais de semana quando ela tocava... Consegui lembrar só do refrão: "se tá com raiva/ seu caminho é outro/ pega a porta aberta/ siga o corredor". Alguém conhece e pode me contar, por favor, que senão vou ficar semanas até conseguir enfim lembrar o raio da música?

Porque lembrei do Antonio Carlos e Jocafi, que tinham algumas músicas labreguentas - tentando encontrar a tal da música que martela na minha cabeça, reencontrei Aventureiro por exemplo ("Tempo, vê se dá sossego/ que eu já tenho medo até de chorar/ tempo, traz uma notícia/ pro meu coração de novo acreditar/ Quando ela bateu a porta/ com olhar de pouco importa se eu morrer..." Dessa eu lembrava a letra inteira, como bem comprova o maridão que foi obrigado a escutar a interpretação!) - me lembrei de outra dupla que eu adoro: Kleiton e Kledir.

Essa acho que gosto por causa do meu pai. Ele adorava tocar "Paixão" no violão: "Amo sua voz e sua cor/ e o seu jeito de fazer amor/ revirando os olhos e o tapete/ suspirando em falsete/ coisas que eu nem sei contar". E eu adorava aquela outra que dizia: "fecha a luz, apaga a porta, vem me carinhar"... Tudibão! Mas a música mais labreguenta deles nem é essa, e sim "Tô a fim de ficar contigo", que tem os versos "Se a gente arrasou, do jeito que era, imagina uma oitava acima"! (essa eu só conheci mais velha, quando o Vini me deu um CD deles de presente de Natal).

O Rô também gosta de Kleiton e Kledir, por causa das músicas da Estrela e da Maria Fumaça: é só eu cantar pra ele "Mas cadê esse guri? Tá na fila do xixi!" que ele se acaba de rir :-)

Podia falar também do Sá e Guarabira. Nossa, como eu gostava deles. Quem se lembra da trilha de Roque Santeiro (eram dois LPs)? Tinha muito Sá e Guarabira, sempre ótimos! E Sá e Guarabira também me faz lembrar a Ju B. e nossos mergulhos musicais, nossas idas a shows, nossos finais de semana regados a Belchior.

Eita, quanta lembrança gostosa! Para colorir a quarta-feira de cinzas.

24 fevereiro, 2009

Alalaô

O Carnaval foi cheio de agitação por aqui, embora nenhuma tenha envolvido baile-banda-confetes. Fomos ver amigos queridos, pulamos na cama elástica, andamos de barco, visitamos as avós, fomos na piscina, assistimos TV... E eu trabalhei um bocadinho, que essa vida não é mole não!

Mas deu tempo de ler um pouco, de bater papo com a irmã, de costurar (um lençol pro Rodrigo, que eu tinha comprado o pano há tempos, já tinha feito o travesseiro, mas ainda não tinha tempo de emprestar a máquina da minha mãe pra chulear e fazer um acabamento decente...Também acabei fazendo dois coelhos de pano - e já ganhei duas encomendas dos meus sobrinhos, que gostaram dos bichinhos e ainda aproveitei para chulear umas almofadas que fiz há um tempão. Pronto! Acabou o que deu tempo de fazer. Aliás, não é verdade: foram só dois dias (pra mim) de descanso, mas deu tempo de pegar uma gripe, doer a garganta, tossir e só querer dormir.

Ah! Deu tempo de visitar o ótimo De(coeur)ação e conhecer o trabalho da Ann Tarantino, que me encantou pela delicadeza (édela a pintura desse post).

E falando em delicadeza, assistimos o filme do George, o Curioso: tão bonito e suave! E fala de amizade e transformação. Fora que a trilha é ótima (toda do Jack Johnson).




Depois da quarta-feira de cinzas eu volto!

Imagem: Ann Tarantino (Breath Portrait - blue and yellow)

15 fevereiro, 2009

Rainy Days and Sundays

Chuva, ainda mais dessas finas e contínuas, sempre me deixa...melancólica? Não é bem essa a palavra. Talvez mais "à flor da pele", intensificando as coisas - alegrias também, mas principalmente as pequenas dores às quais a gente se acostuma. Nos dias cinzas-chumbo-pesado, elas são quase insuportáveis; nos dias cinza em que a água escorre, porém, é possível cuidá-las com mais carinho, acolher todas elas no corpo com uma espécie de mansidão.

Quando eu ia para São José visitar minha mãe, aos finais de semana e feriados, eu sempre ia ouvindo música. Por isso, tinha umas fitas especiais (faz tempo, viu?): Pássaro Marrom's Collection 1 e 2. Mas tinha uma, especial pros dias de chuva - Rainy Days and Mondays. É que nos dias de chuva, eu precisava de outra trilha, mais pungente.

Hoje, quando acordei e ouvi a chuva, me lembrei de uma música do Piazolla que não escuto há tempos, e fui procurá-la para colocar aqui:




Bom domingo!

Em tempo: Pássaro Marrom é o nome da companhia de ônibus que faz SP-SJC.

13 fevereiro, 2009

Pagando as dívidas

Sei que não era promessa, nem nada, mas logo depois de acabar de ler eXato acidente, do Tony Monti, tinha comentado a vontade de contar com mais calma sobre ele, passado o susto inicial. Hoje, finalmente, consegui: está lá no Margens: O menino, o acidente.

12 fevereiro, 2009

Seis coisas

Recebi esse meme da Thais, e ainda não tinha conseguido um tempinho para fazer. Mas já aviso que vou adaptar as regras, seguindo a lição da Renata, então não vou colar o selo nem indicar cinco blogs, tá? Fica o convite aberto a quem estiver em crise de assuntos e quiser dividir um pouco de si com o mundo.

Seis coisas, aleatórias, sobre mim:

1. Fui escoteira. Escoteira mesmo, e não Bandeirante: usava uniforme cáqui, lenço no pescoço, botas de cano alto. Acampava, construía móveis de bambu e sizal, ralava as mãos, carregava canivete... Depois que fiz quinze anos, virei Guia - não que guiasse realmente alguém, mas depois dos 15 anos os escoteiros viram Sêniors e as escoteiras viram Guias. Fui monitora de Patrulha, fiz curso de primeiros socorros, até que um dia achei que aquela disciplinarização era por demais militar para mim e saí.

2. Abandonei um mestrado. Logo que saí da Faculdade, estava de saco cheio da Sociologia, em especial da Sociologia da Literatura - achava que dava para radicalizar as relações entre contexto e forma e fui para a Teoria Literária, estudar as crônicas do Drummond. Mas aí, eu sem bolsa, trabalhando, descobrindo um tema novo (pra mim) que podia ser pensado sociologicamente...Acabei abandonando o mestrado e voltando para a Sociologia (não sem antes ter que dar muitas explicações à Reitoria da USP explicando porque eu abandonara um Programa e fazendo o máximo para convencê-los de que não havia risco de eu desistir de novo).

3. Sou a rainha da somatização. Mesmo: sou uma eterna aprendiz de sentir, e o que ainda não sei sentir me deixa doente. A lista variou ao longo dos anos, mas já tive desde gastrite (e ouvi do meu gastro que ou eu aprendia a viver ou ia ter uma úlcera antes dos 30 anos - e devo ter aprendido algo, pois passei dos 30, mas a úlcera nunca deu as caras :-), rosácea, infecções de ouvido (umas três seguidas, e então ouvi do otorrino que ou eu encontrava uma nova maneira de viver após o nascimento do meu filho ou eu ia continuar tendo infecções - e, de fato, voltei para a terapia e para a homeopatia e as infecções pararam) até calásios nos olhos toda vez que me mudava de casa.

4. Adoro música. E sou bastante eclética quanto ao que gosto de ouvir. Tenho uma memória para as letras que até me assusta. Ah! E adoro um karaokê.

5. Tenho alegados gostos orientalistas. Foi o marido quem definiu dessa maneira, mas não tenho muito como negar: adoro um olho puxado. A Martina, minha amiga querida e linda, é menos delicada que meu marido: é só eu comentar com ela "Olha, que moço boniiito", que ela me chama de monotemática :-)

6. Durmo cedo. Sempre fui meio banana para ficar acordada durante a madrugada; mas depois que o Rô nasceu, eu voltei a dormir e a acordar com as galinhas. E quando durmo tarde - como ontem, que resolvemos assistir ao último episódio do The Mentalist (aliás, o que é aquele cabelo do Jane, minha gente? Dá vontade de pôr a mão e o cara está na televisão; ou melhor, no computador, que nosso DVD não lê avi!!!!) - acordo mal humorada e leeeeeeeesa até não poder mais.

10 fevereiro, 2009

Coisinhas

Lilly Allen, para encerrar parte do dia de trabalho com um pouquinho de doçura - ainda que meio amarga.

Isadora

"Nomes se dão às doenças, na imensidão da dor.
Nomes se dão às crianças, na imensidão do amor"
(André Abujamra)


Acordou assustada daquele sonho. Não que o sonho fosse mau: sonhara que estava parindo, dor e gozo misturados, o bebê pequeno e olhos bem abertos. "É uma menina!", alguém disse, e cruzou seu pensamento que ela nem saberia cuidar de uma menina. O medo logo passou quando o bebê veio ao seu colo, ainda unidas pelo cordão pulsante. O bebê olhou-a fixamente enquanto ela tentava adivinhar-lhe o nome: Isadora. "Você é Isadora, não é?". Era.
Acordou sobressaltada, fazendo contas de cabeça, a última menstruação, o período fértil, os seios doloridos, o inchaço, seria possível? Assustou-se com a dúvida. Assustou-se com a certeza: cedo ou tarde, viria Isadora.
Levantou-se, fez café, saiu pra trabalhar, almoçou com os amigos, carregando aquilo por dentro. No caminho de volta, a farmácia; na manhã seguinte, o teste, e a certeza afinal. Isadora não viria; ainda não. A lágrima escorreu ao mesmo tempo que o sangue.

09 fevereiro, 2009

Carta para além dos muros*


Tinha pensado em vários temas para escrever, mas aí o final do dia bateu forte e fiquei assim, sem nenhuma vontade de coisa nenhuma. Ainda tenho que ler mais um pedaço de um livro chaaaaaaaato e coisas chatas me cansam. Me cansam porque fico desconcentrada, quero levantar toda hora, invento coisa para adiar o inevitável e aí acabo me enrolando mais ainda.

Esse livro que estou lendo - pra pesquisa - é chato porque não tem UM ÚNICO parágrafo em que o autor coloque suas próprias ideias! Cada parágrafo tem em torno de três notas de página para sustentar as afirmações que ele faz. Além disso, era para ser um trabalho de história econômica, mas de história não tem nada. Não tem agente, não tem Estado, não tem resistência. E por mais que o autor tenha dito desde o começo que a intenção não era fazer uma história como fazem os historiadores, mas marcar alguns traços estruturais da constituição de nosso mercado de trabalho, eu tenho sérias dúvidas da compreensão que se pode ter da estrutura quando só se olha para os trabalhos produzidos todos numa certa época e, portanto, que dividiam um certo filtro.

E ler esse livro me deu certeza ainda maior de que na tese (1) vou me disciplinar para reduzir o número de notas de rodapé ao mínimo possível e (2) vou escrever um trabalho que tenha entre 150 e 200 páginas. Se passar disso, peço ajuda pro querido Maurício Ayer na hora de passar a tesoura, sem dó nem piedade.

Mas mudando de alhos para bugalhos e respondendo finalmente à pergunta da Fabíola, estou estudando as políticas de emprego no Brasil para entender as novas formas de sujeição do trabalho, que provavelmente entram em cena no final dos anos 1990, início dos 2000. E, como somos um país eternamente em vias de desenvolvimento, não dá para pensar nossas políticas sem ter a Organização Internacional do Trabalho como referência, por isso estava analisando vários documentos relativos aos esforços de regulamentação do trabalho e, principalmente, do desemprego. Minha intenção é fazer uma genealogia das políticas de emprego entre nós (e é aqui um dos lugares em que o Foucault entra), e também estou trabalhando com a noção foucaultiana de "governamentalidade", em especial quando ele toma o neoliberalismo - em suas vertentes alemã e norte-americana - como uma forma específica de racionalidade governamental.

Não tenho intenção de ficar falando disso aqui no blog; talvez um pouquinho no Margens. Mas a verdade é que provavelmente vou vir aqui, sim, chorar minhas mágoas. E provavelmente também vou ficar sem assunto, vou sumir sem dar satisfação.

Apesar disso, embora tenha gente que sofra bastante em final de tese, eu realmente acredito que no meu caso o pior passou - tive crises terríveis, pensei em largar tudo umas quantas vezes...Mas depois que o quebra-cabeça encaixou, faço com muito gosto. Claro que é sempre difícil a experiência se se confrontar com os limites do próprio pensamento num dado momento, mas também é prazeroso, então...A dor e a delícia, né?

E uma dos temas sobre o qual pensei em escrever foi dessa espécie de esquizofrenia de ser leonina com ascendente em virgem. Eu nem acredito em horóscopo, mas sei que sou dada a extremos - o mesmo que tenho de explosividade tenho de gosto pela disciplina; ao mesmo tempo que gosto de quando a vida dá aquela desarrumada, logo me vejo louca pra delinear uma nova ordem... Sei lá. É só porque nos últimos finais de semana tem me dado fissura de arrumação - trocar móveis de lugar, comprar coisinhas para organizar melhor o espaço (inclusive, agora meus brincos ficam lindinhos e acessíveis em uma fôrma de gelo, dentro da gaveta!), limpar, liberar, reciclar. Acho que é uma coisa de energia mesmo: tô no meio do movimento, afinal...e precisando construir clarezas.

Fora isso, as coisas por aqui andam bem. Rodrigo cada vez mais lindo e querido: semana passada deixou a chupeta e ganhou o BuzzLightyear. Na verdade, tínhamos combinado que ele ganharia o Buzz de Natal e então o Buzz levaria a chupeta dele para o espaço, para morar na constelação das chupetas...Mas o Buzz que ele queria estava esgotado, onde tinha custava os "óio da cara" e, além de tudo, os brinquedos tinham pequenos defeitos. Compramos um Buzz mais simples e a cara de decepção do Rô foi de cortar o coração. De todo jeito, sentimos que ele não estava exatamente topando a estória de trocar a chupeta, ainda mais por aquele Buzz sem graça.

Mas na terça passada, a gente perdeu a chupeta dentro de casa. Procuramos, procuramos, e nada da bendita. Na hora de dormir, foi aquela reclamação, né? Mas eu falei pro Rô: "Filho, a gente vai conseguir. Eu estou aqui com você". Deitamos juntos, ele rodou, falou, reclamou até que dormiu. Fui levá-lo na escola, voltei para casa para trabalhar e fiquei pensando: "quer saber? estou pronta para tirar essa chupeta". Porque é óbvio que quem dependia dela éramos mais eu e o Edu do que o Rodrigo, né? Combinei com o Edu e, na hora de buscá-lo, conversei sério com ele, que eu não tinha achado a chupeta em nenhum lugar. E que eu tinha dinheiro para comprar outra mas, se ele preferisse, podíamos ir da escola para a loja, comprar o Buzz novo. Mas só tinha dinheiro para uma das coisas, e nós compraríamos o que ele decidisse. O rosto dele se iluminou e ele disse que queria ir buscar o Buzz. Fomos, compramos, ouvimos o Buzz falando a madrugada inteira, e o Rô estava tão agitado que foi dormir quase às 11h da noite. Ainda assim, foi muito bacana.

E esse era outro assunto sobre o qual eu ia escrever: sobre a importância de, de vez em quando, ao invés de andar apenas para frente, andar pros lados, andar em círculos, andar de volta pra trás. Andar sem pressa. Sem preocupação excessiva com o rumo ou a chegada. Ia falar disso em relação à diferença que percebo no humor do Rô quando saímos correndo para ir à escola, meio no atropelo, no carro etc. em relação a quando vamos ou voltamos caminhando. Nós dois, de mãos dadas, prestando atenção ao trânsito, mas também às flores, às pedras, aos passarinhos. Voltando para rever algo que pareceu interessante... O tempo se distende, a gente se distende. Pronto. Uma bobagem assim e a vida ficou mais larga.

Também tem outro sentido, tentar andar sem pressa. Na educação dos pequenos, andar sem pressa é não ter medo dos retornos e "recaídas", não achar que só porque os serzinhos alcançaram um degrau, têm que permanecer ali. É dar liberdade de ir e voltar. Porque eles crescem dando voltas em torno da gente, dando voltas cada vez maiores e longas - desde que tenham a certeza de que estamos ali, de que podem ir-voltar e nós vamos estar com os braços abertos.

E agora chega, que pra quem estava com falta de palavras, já falei demais.

* Título de uma série de crônicas publicadas pelo Caio Fernando Abreu.
Imagem: http://kairos800.blogspot.com/2008/11/lulu-santos-e-herclito.html

06 fevereiro, 2009

Tudo se transforma...


Então, dando seguimento às minhas intenções de ano-novo, fiz uma cata dos livros e separei alguns para doar e outros para trocar no sebo - livros que só li uma vez, livros de autores queridos mas de que não gostei tanto assim... Separei também um monte de CDs e alguns VHS.

O objetivo não era ganhar dinheiro, mas "reciclar" as coisas e liberar espaço em casa. Para quem quer fazer uma limpeza e ainda ganhar um dinheiro, é melhor se cadastrar como vendedor no Estante Virtual e ter paciência para ver se alguém compra, acho. Se bem que eu realmente não tenho nenhum tino de negociadora, então quem sabe alguém mais desenvolto tivesse conseguido um precinho melhor...Mas não me senti explorada, nem nada: afinal, tem livro que sai fácil, mas até pela disposição dos sebos, deve ter livro que fica lá aaaaanos e, nesse sentido, eu tercerizei o problema de saber em quanto tempo as coisas vão ser vendidas pra ele, não é?

Meu pequeno monte de livros e cds se transformou em quatro livros:

- A Bolsa Amarela, da Ligia Bojunga Nunes. Esse era um dos meus livros mais que amados quando eu era criança! Fiquei muito feliz de poder reencontrá-lo e trazê-lo para casa, para poder dividi-lo com o Rô.
- É proibido chorar, de J. M. Simmel. Também foi um livro de que gostava quando pequena, embora seja incapaz de lembrar qualquer detalhe da estória.
- O menino no espelho, do Fernando Sabino. Escolhi pelas memórias afetivas que tenho em relação a ele e pela mesma vontade de dividir com o Rodrigo.
- Anotações durante o incêndio, da Cíntia Moscovich. Eu adoro a literatura dela, a começar pelos títulos. Me interessei por "Arquitetura do arco-íris" só por causa do título, confesso. E me apaixonei perdidamente, porque a Cíntia não brinca em serviço e tem uma escrita precisa e límpida que me encanta.

Valeu a experiência.

Imagem: http://www.drikabio.com/2008/06/09/espanha-modelo-de-eficiencia-na-destinacao-dos-residuos-solidos.html

05 fevereiro, 2009

Brevíssimas

- O que faz uma pessoa que acorda com dor nas costas? Descansa, certo? Evita pegar peso e abaixar... Nada disso: ela resolve resgatar finalmente os objetos perdidos atrás da máquina de lavar roupa (daquelas com abertura frontal, isto é, com uma barra de concreto embutida para que a dita cuja não "avue"), aí percebe que será necessário arrastar a máquina, aí arrasta de fato a máquina, e então nota as camadas de pó e palha (gentilmente cedidas pelos gerbis) que estão atrás e embaixo da máquina e resolve faxinar o ambiente.

- E o pior é que a dor nas costas até melhorou depois dessa sessão de faxina-descontrol?

- Acho que vou ter que me render a uma ajuda quinzenal para manter a casa limpa...

- Depois que postei o jogo de adivinhação abaixo é que me dei conta de que ele caberia melhor lá no Margens, e ia transferi-lo para lá. Mas aí a Fabíola topou a brincadeira (e é muito interessante ouvi-la, porque ela é advogada e a regulação do trabalho e o direito andam bem de mãos-dadas - ou pelo menos andaram por bastante tempo) e eu desisti de apagar o post daqui. O texto é de 1964. Estou analisando os documentos da OIT e fico besta de perceber como tem coisa que a gente continua discutindo nos mesmos termos de mais de cem anos atrás. Claro que não acho que, por serem os mesmos termos, eles significam as mesmas coisas. O que me espanta é a gente discutir como se não houvesse ontem. Vou escrever com mais calma sobre isso.

Pra terminar:
Rodrigo e eu conversando no sofá, ele com a cabeça no meu colo e mexendo no meu colar:
- Puxa, manhê, o seu colar tá quebrado.
- Não, Rô, aqui é o fecho, por isso é diferente.
- Mas o meu colar do homem-aranha não tem fecho...
(aí ele pára - vou continuar usando o acento, tá?-, pensa e solta:)
- Aliás...onde é que foi parar o meu colar?
Aliás, gente, o menino sabe usar aliás! Orgulhão!

02 fevereiro, 2009

Jogo de adivinhação

Quem consegue dizer em que ano a OIT fez essa recomendação?

O sucesso dos objetivos sociais das políticas de emprego requer a coordenação de tal política com outras medidas de política econômica e social, e em particular com aquelas relativas a:

a) investimentos, produção e crescimento econômico; b) o aumento e a distribuição de renda; c) os sistemas de seguridade social; d) as políticas fiscais e monetárias, e especialmente as políticas anti-inflacionárias e as relativas às taxas de câmbio e e) o aumento da liberdade de circulação de bens, capitais e de trabalhadores de um país a outro”


a. ( ) 1919
b. ( ) 1933
c. ( ) 1950
d. ( ) 1964
e. ( ) 1980
f. ( ) 1997