02 julho, 2008

Profissão de fé

Belíssimo texto da Fal, nos Garotas Que Dizem Ni.

Uma profissão de fé nas palavras. Eu assino em baixo.

Meu avô também adorava manter a gente em estado de atenção: não dava para dizer nada para ele sem cuidado com as outras interpretações possíveis porque ele vinha na lata apontar as ambiguidades.

Coisa comum na casa dele é a gente estar conversando, surgir uma controvérsia sobre o significado de alguma palavra e de repente ele some e reaparece com um imenso dicionário. Faz questão de mostrar que está certo, e quando está errado fica contente por se surpreender...

Como é português, adora usar palavras comuns em contextos diferentes - por exemplo "essa comida sabe bem", que não significa que a comida tenha sabedoria, obviamente, mas que seu sabor é bom.

Como é viciado em palavras cruzadas, seu repertório é infinitamente maior do que o meu e vira e mexe a gente aprende uma nova palavra.

É. Desconfio que meu avô tem bastante a ver com minha paixão pelas palavras.

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