25 novembro, 2008

De baibais e acidentes

Para a minha "internação", além de computador, livros e textos, levei também um pouquinho de literatura, pros momentos em que os dedos no teclado arranhassem os limites das figuras à minha disposição.

Levei Rilke Shake, da Angélica Freitas (que resolvi comprar porque vi lá no Quase Resenhas e gostei do que li) e eXato acidente do Tony Monti.

O tempo continua me atropelando, mas mesmo assim, queria dividir com vocês esse poema:

o que é um baibai?

baibai es un adiós.
un farewell sin pañuelos.
tem gente que escreve haikai,
três linhas a bashô.
baibais também seguem modelos.

quem escreve baibais sabe que acabou
-se o que era doce.

(Angélica Freitas)

Sobre o livro do Tony, preciso de tempo para acabar de digerir. Há muito tempo, tinha comentado com a Nara que o que eu gostava na literatura do Tony era que, à diferença dos escritores mais novos que eu já lera, era uma literatura sem a fúria destruidora que eu sentia em vários escritores. eXato acidente confirma e desafia essa idéia: ler o livro foi passear no zoológico, de mãos dadas com a personagem do conto "O Bufálo" (da Clarice Lispector) .

E mais não digo porque preciso de mais tempo. Não para escrever: para ser capaz de dizer mesmo.

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