28 abril, 2008

Silêncio

A vida, esta vida que, inapelavelmente, pétala a pétala, vai desfolhando o tempo, parece, nestes dias, ter parado no Bem-me-quer”, (J. Saramago)


E quando a gente, depois de tanto tempo sem dizer, finalmente diz é muito difícil que a voz que se acostumara ao silêncio não saia fora de tom, não berre e nem sentencie palavras tão definitivas como: adeus, para sempre, nunca mais.

Mas já em seguida, quando a explosão de lava encontra as formas do relevo e pode mansamente ir descendo e esfriando, vem a vontade de ter sabido sussurrar e dizer devagar, tateando as possibilidades ao invés de encerrá-las.

Porque só assim seria possível interromper a tempestade e fazer a vida parar, só mais um pouquinho, no tempo do bem-querer.

Fonte da imagem: http://www.ibama.gov.br/edicoes/site/imgRicardo/08Orquidea.jpg


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