21 junho, 2009

(passado)



Essa música me leva de volta ao apartamento que ela tinha na Av. Angélica, às compras à meia-noite no Pão de Açucar, às viagens de ida e volta para São José, embaladas pela fita que ela me gravou. Mas também me leva para o momento-quando eu lia o Caio com voracidade, mergulhando muito mais fundo que o aconselhável em sua literatura dolorida; me leva para a urgência que havia em escrever e experimentar a escrita; para os domingos de leitura de poesia no escritório do Chamie, com Nilton, Rodrigo e Fábio; para as festas de todas as quintas-feiras na república do Vini, do Rodrigo, do Zé e do Chico; para os domingos de Consolação vazia, em que a Márcia e eu íamos para as oficinas de teatro no Maria Antônia; me leva de volta àquela certeza de que a vida é curta e frágil que sucedeu à morte da Fá; para os tempos em que o lugar mais doce do mundo era ao lado do Emílio; me leva, enfim, para treze anos atrás. E não tenho a menor idéia de como fui parar lá, hoje. Assim. Tão de repente.

2 comentários:

  1. :)
    Acho que nunca mais escutei Bjork.
    Beijo,
    Tati.

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  2. Oi, querida! E Portishead? Eu adorava aquela fita feminina... E os capuccinos feitos no microondas... E também a fita masculina, cheia de Radiohead e The Verve! Beijos e saudade.

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