Também preciso aprender a odiar. Deixar coração raivoso e seco, sem amor nenhum, vazio-vazio-vazio, na marcação dura e surda de bater sem nenhum mel.
Também preciso de silêncio. De um silêncio natural, de vento, folha seca a se arrastar veloz, de gelado da grama quando é manhã, de nuvem cinza e carregada aumentando o chumbo no peito.
Também preciso olhar o búfalo nos olhos, mesmo que disso resulte uma espécie de morte. Olhar nos olhos dele um olhar bem fundo, só para poder gozar: a pequena epifania do antes do tombo.
Eu queria aprender a odiar com leveza.
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