28 abril, 2009

Desabafo

Rodrigo ontem à noite, me abraçando e me explicando a razão de tanta brabeza (foi pós-chilique; dele, entenda-se):
- Mamãe! Eu não gosto quando você faz tese!
Dessa vez, pensa que meu coração ficou manteiga? Lembrei as lições da minha amiga Monika e tasquei:
- Eu não gosto que para terminar a tese eu tenha que ficar tanto tempo trabalhando e ultimamente não consiga brincar sossegada com você nem no final de semana. Mas eu gosto de fazer tese. E eu ia ficar muito infeliz e chata se não fizesse. Então, meu filho, você vai ter que ter paciência e me ajudar.
Já que a culpa não estava nos levando a lugar algum, quem sabe um pouco de risca-de-giz-no-chão não ajuda, né?

26 abril, 2009

Esperança

Já tinha visto comentários sobre esse vídeo em alguns blogs mamíferos, mas ainda não tinha tido tempo para olhar. Então hoje, passeando na Materna Japão (porque essas mulheres maravilhosas não têm fronteiras ;-), vi um título estranho de post: "Comercial de colchão..."

Como a curiosidade matou o gato, fui ver o que era. E então topei com o vídeo, que até então eu achava que era o vídeo institucional de algum governo, estimulando o parto natural.

Surpreendentemente, o vídeo é um mini-documentário sobre uma propaganda de colchão! Só que ao invés de propagar as benesses de um bom sono ou como se evitar dores nas costas, o comercial propõe a cama a partir de seu lugar simbólico, de intimidade, tratando a cama como um espaço familiar, que significa justamente porque sua função não é restrita ao sono: é o lugar do amor, onde as crianças são feitas e onde nascem.

Pode ser minha TPM, pode ser esse cinza, essa falta de sol...Mas achei o vídeo super delicado e emocionante. E perceber que o parto domiliciar e formas de apego (porque o documentário também mostra a relação dos pais com o filho mais velho, super amorosa) podem ser temas de propaganda, me faz um pouquinho mais esperançosa de que existem mudanças em curso.



Bom domingo para vocês!

Update: vou só comentar uma coisa. Pra mim, uma das partes mais legais do vídeo, é quando o pai está falando sobre o parto e diz algo como "parto é um crescendo, crescendo, crescendo até que...tudo se expande". Não é lindo pensar que cada nascimento é um alargamento dos limites da vida? Santa ocitocina, Homem-Morcego!

24 abril, 2009

você sabe que está envelhecendo quando...

...descobre que o mocinho bonito da sua série predileta é mais novo que você. Afe!

(Maurice: não vi fotos, mas vi a promo do próximo episódio, e espero com todas as minhas forças que eles não tirem o Misha da série... Já chega eu ter que dar umas olhadas em Grey's Anatomy só para ver o John Winchester/Danny fantasmagórico, né?).

Sexta-feira, gente. Desculpem o excesso de bobagem.

22 abril, 2009

Para encantar a vida

Recebi a dica da minha querida amiga Paula: dia 9 de maio, às 16h, a Livraria da Vila, vai acontecer o pré-lançamento do CD Teco-Treco, com canções de Luiz Ribeiro, cantado por Tatiana Parra e Gisella. No site dá para ouvir algumas das músicas e eu adorei! Muito suave e delicado, trilha perfeita para dividir momentos gostosos com o filhote! Ou para ouvir sozinho mesmo, para se sentir num mundo mágico e protegido, onde a vida e a boniteza jorram em fontes (tô bobona, ultimamente, que vocês nem sabem...), e a gente nem tem motivo pra ter medo (não deixem de escutar "Assombração").

Outro CD que é assim é "O vôo do Pterodáctilo". Todas as vezes que pergunto pro Rô o que ele quer ouvir, ele fala que é o Pterodáctilo ("o do pitelodátilo", na verdade...). Ele adora todas as músicas, e a gente dança muito ao som de "o peão entrou na roda"! A Adriana Partimpim vem na sequência dos prediletos, assim como Pé com Pé e Canções do Brasil (que eu a-do-ro!). E não posso esquecer dos Cantos de Trabalho, que o Rô ama e eu também - e como não gostar de canções com versos tão poéticos quanto "se eu soubesse que tu vinhas/ fazia o dia maior/ dava um nó na fita verde/ prendia o raio do sol" (cantiga das destaladeiras de Arapiraca)?

Ah, filho, que por você me faço mais espaçosa e procuro suavidades, só para tentar te ensinar o lado bom da vida...Porque todas as canções ficam ainda mais bonitas quando cantadas por você, enquanto você está distraído, entretendo os olhos e as mãos na brincadeira, tão mergulhado no presente que a boca canta pelo prazer da própria voz.

Trecho

[...] Houve um dia em que a Mulher quis ir embora. Mas a noite se aprofundou, a rua ficou deserta: tudo tão suspenso. Quando amanheceu, ir embora era ainda um jeito de ficar. [...]

17 abril, 2009

Diário de Bordo


- Voltei hoje de Campinas, onde estava desde quarta. Fui para lá me enfiar num Arquivo, mas deu para roubar um tempinho e encontrar a Lívia e o Marco.

- E o Marco foi tão gentil e paciente, desde antes, me indicando uma pousada muito simpática, me ensinando onde era a pousada (e confesso que eu jamais teria encontrado sozinha, apesar de ter um mapa :-) , me ensinando como voltar a pé...É tão bom ter gente que cuida da gente! Obrigada, Marco!

- Era para eu ter ido na terça-feira. Mas aí, talvez pela ansiedade de ficar sem a mãe por uns dias, Rodrigo fez febre a noite toda de segunda para terça; não dormi nada, ele não foi na escola, e deixei pro outro dia. Mas foi bom, porque pelo menos viajei mais tranquila, sabendo que ele já estava melhor.

- Ficando uns dias na Unicamp, deu uma certa inveja da tranquilidade e beleza do campus, e principalmente da variedade de oferta de boas lanchonetes, com preço razoável. Hoje pedi o "prato alternativo" da lanchonete do IFCH, que tinha arroz integral, feijão, beringela e um delicioso bolo de abobrinha. Hmmmm...

- Sendo socióloga, e tendo trabalhado mais com entrevistas no mestrado, ainda apanho com essa história de consultar fontes primárias. Foi a primeira vez na vida que usei aquelas máquinas de leitura de microfilmes! E a esperta não levou nem máquina fotográfica, nem pen-drive...Ou seja, três dias de anotações dos documentos na raça, isto é, no braço, porque nenhum dos documentos que consultei podia ser xerocado.

- Embora, a bem da verdade, na iniciação eu e a Ana consultássemos principalmente fontes primárias. Quando íamos ao Centro Cultural Vergueiro, por exemplo, às vezes tínhamos que ir fazer outra coisa porque alguns materiais tinham que ser pedidos de um dia para o outro, porque tinham que ficar numa câmara intermediária algumas horas antes de ser manuseados.

- É uma pena que essas formas de conservação não sejam mais acessíveis às bibliotecas. Como pesquisei grande parte dos Boletins do Ministério do Trabalho, fiquei com muita pena do estado dos exemplares. Ressecados, quebráveis, além de terem um cheiro super forte. Mesmo usando máscara, fiquei com tosse nas semanas em que estava lidando com eles. Fora a coceira conforme o dia ia passando :-) O povo da biblioteca devia achar que eu sou uma piolhenta e sarnenta...

- Para terminar, repitam comigo: There is no place like home!

Imagem: www.gettyimages.com.br

11 abril, 2009

Sem comentários

Ontem, Edu e Rô vieram para a casa da minha mãe, já que eu tinha - como sempre - que trabalhar. Então, hoje vim encontrá-los.

Estava eu na cozinha, preparando o jantar, quando acabou o jogo de futebol. Vovô Padilha, então, levantou-se e foi indo na direção do computador.

Atrás dele, Rodrigo no triciclo, observando a cena. Até que me relata:
- Ô mamãe: o vovô também tá fazendo tese!

09 abril, 2009

Mil coisas

- Rodrigo está tão grande! Ultimamente, várias vezes esqueço de colocar fralda nele à noite, e ele acorda sequinho...Tão lindo! Está cada vez mais independente e cada vez mais menino - pirando total no mundo dos carrinhos, lutas, heróis. Tem uma imaginação de deixar a gente bobo com o tanto de história que inventa. E canta tanto, músicas conhecidas e inventadas!

- E eles estão estudando os Orixás e os Quatro Elementos na escola, então ele está super atento para coisas da terra, fogo, água e ar. Aí, outro dia, estávamos na Livraria Cultura e o Rô adora colocar os fones de ouvido para ouvir qualquer CD. Então, resolvi colocar a Rita Ribeiro, que eu adoro, para ouvirmos uns pedacinhos de um CD que eu não conhecia - TecnoMacumba. Foi só a música começar para o Rodrigo olhar pra mim e exclamar "- Essa música é de Orixá!". E era mesmo. Resultado: acabei levando o CD, que está até agora na escola.

- E a professora do Rô me contou que, quando colocou para as crianças ouvirem, elas gostaram. Mas a A.M. (aquela pessoa querida, que não queria saber de bolo de lobo fofo) comentou que a música era um pouco doida...(e ela tem toda razão).

- E como o Rô mistura todas as histórias e tempos, hoje de manhã estávamos ouvindo o Wisnik e ele comentou "Mãe, eu gosto dessa música. Lá na minha escola tem. Mas a A. (a professora) não põe porque a A.M. não gosta..."

- Queria escrever mais, contar da tipóia linda que comprei com a Cris (que é um doce-mais-doce-que-doce-de-batata-doce); contar do fim-do-mundo que foi o atendimento que tive no Submarino (nem vou lincar); falar de como tenho sentido vontade de reler Drummond (e de como ela aumentou depois de ouvir Anoitecer, cantada pelo Wisnik); de como tem sido bom roubar tempo nessa loucura para pequenos encontros - essa semana vi o Maurício Ayer, a Cris, a Carlinha, o Itaquê, o Demétrio e, cereja do meu Sundae, ontem almocei com o Mauricio...Isso sem contar nas semanas anteriores, que se alargaram imensamente devido aos almoços com a Monika...

- Apesar da correria, apesar da pressão, apesar do medo, apesar dos pesares: umas pequenas epifanias, uma sensação de gratidão de ter passado pelo abismo dos últimos anos e ter chegado aqui desse lado, mais inteira, mais humana. Bem sabiam o Itamar Assumpção e a Alice Ruiz - "a cada milágrimas, sai um milagre"...



É Páscoa. É tempo de milagres, não é?

03 abril, 2009

O Diabo e os Detalhes

Então, que não consigo fazer nada-nada-nada a não ser escutar o tic-tac do relógio que carrego por dentro, como se eu fosse uma bomba prestes a explodir. Até tento desfocar, respirar fundo e olhar pra o que está ao meu lado. Mas não dá - é sempre por menos tempo do que seria suficiente para voltar a ver. A situação é temporária, eu sei. Ainda assim dói um pouco.

Rodrigo agora entrou na onda de dizer "nem doeu!" cada vez que se machuca. E eu tenho conversado com ele, explicado que - ainda que a gente diga isso, ainda que de vez em quando até seja verdade - tem hora que dói e pronto! Dói e é bom que doa; dói e tudo bem anunciar que doeu. Dói, uai! A gente não precisa ser chorão, mas também não é obrigado a ser herói.

Eita, que tá aí uma lição difícil de ensinar...

Pra terminar a semana, uma canção "em feitio de oração", pedindo perdão por esses meus pequenos pecados e por esse meu pecado maior de, temporariamente, não poder amar sobre todas as coisas. Não é só Deus - o Edu e o Rodrigo também vão ter que me perdoar...



Bom final de semana!