07 agosto, 2009

Trinta e dois


Quando eu era pequena e a gente fazia aquelas brincadeiras para descobrir com quem íamos casar, quantos filhos íamos ter, e (não me lembro bem) até qual carro teríamos, a idade que eu chutava era sempre em torno dos 20 e poucos anos. 24, se não me engano. Passar dos 20 anos era atingir o auge da vida adulta. Isso e chegar ao ano 2000, quando então teríamos também 20 e poucos anos. Eram dois marcos e dois alvos, ambos semelhantes em seu significado: "virar gente grande", ser dono da própria vida, casar, ter filhos, trabalhar.

Talvez eu sinta um pouco de saudade, às vezes, da ingenuidade infantil de crer que alcançar uma idade significava alcançar, como que por decreto, tudo aquilo que supostamente vem com a vida adulta. Porque os vinte chegaram e foram embora, os trinta já chegaram há algum tempo, e as metas que marcam a passagem definitiva pra vida adulta são bem mais complicados do que fazer aniversário. Ou talvez a gente é que tenha finalmente se dado conta de que a passagem definitiva não era sentar no novo degrau porque o degrau está numa escada cambiante e muda de forma e lugar na medida em que muda o significado que a gente dá a ser gente grande. E tem muito mais envolvido do que saber com quem vamos ficar, quantos filhos vamos ter, em que cidade vamos morar ou qual carro vamos dirigir.

Pra comemorar, então, já que supostamente o dia é meu (e do Caetano Veloso e da Charlize Theron), 32 micro-coisas sobre mim.

1. Nasci num dia de muito sol e minha alma leonina é viciada no dito cujo.
2. Por isso mesmo, dias cinzas me doem muito por dentro.
3. Ainda no tema "auspícios do signo", sou a terceira geração de mulheres leoninas casadas com sagitarianos (embora minha mãe tenha depois escapado da herança...).
4. Sou tímida até beirar o ridículo.
5. Mas depois que me sinto à vontade, sou palhaça (até beirar o ridículo).
6. Adoro ler gibis.
7. Adoro falar no telefone.
8. Minhas plantas preferidas são as suculentas.
9. Depois que tive o Rô, fiquei com medo de avião.
10. Prefiro subir a serra do que descê-la.
11. Tenho "síndrome de qual é a música".  Se você falar alguma coisa, há sempre o risco de que - ao invés de responder - eu comece a cantar...
12. Não consigo começar o dia sem arrumar a cama.
13. Gosto muito de ler.
14. Tenho fases com cada escritor: se gosto, não sossego até ler boa parte de seus livros (mesmo os que são ruins).
15. Adoro livros infantis.
16. Não gosto de matar aranhas, lagartixas ou louva-deus, por causa da Sra. Minha Avó.
17. Cachorros não costumam latir para mim.
18. E por causa disso eu tinha uma encanação de que o diabo andava atrás de mim! (Dean, por favor, me salve!).
19. Tenho medo de chuva forte.
20. Tenho medo de mexer com energia elétrica.
21. Já fui bem mais disciplinada e organizada do que sou hoje.
22. Queria ser mais disciplinada e organizada do que sou hoje.
23. Adoro ouvir (e cantar bem alto) um cd do Gipsy Kings só de músicas românticas, que a Monika me gravou. "Un amoooooor...un amor vivi....llorandoôôôô^!"
24. Adoro produzir lembranças: guardo cartas, bilhetes, ingresso de cinema... Só para topar com elas de vez em quando e poder me lembrar.
26. Adorei ficar grávida.
27. Gostaria de parir de novo (mas tenho preguiça de começar tudo de novo e por isso me contento em cheirar as crias de minhas amigas).
28. Sou Jardim e meu marido tem um nome que significa "Fonte no Meio da Mata".
29. Tenho sono leve e demoro pra dormir.
30. Sou boba e dada a acreditar nas pessoas, de modo que às vezes demoro a perceber que elas estão brincando.
31. Sou lenta - posso até ser inteligente, mas só em relação a coisas que podem ser maturadas.
32. Estou finalmente começando a ler Balzac, mas era um plano antigo, que não tem nada a ver com ter mais de trinta anos ;-)

Imagem: Rodrigo em 2007, nos preparativos para sua festa de dois anos.

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