Tanta coisa acontecendo, tanta coisa para registrar, mas no fim do dia sobra só o cansaço e as cinzas das horas, sempre insuficientes. Consumidas, elas e eu.
Rodrigo às vésperas de completar três anos, está cada vez mais lindo e esperto. Mas também em crise, sem saber se é bom mesmo esse troço de crescer. Presta atenção em tudo o que dizemos, e depois não esquece mais. Outro dia, conversando com ele, comentei que ele estava crescendo e que ele iria crescer ainda mais. E que então eu não conseguiria mais carregá-lo, mas que, mesmo assim, ele sempre teria colo. Então, na semana passada, um dia ele acordou muito tagarela e animado e me disse: "esse pijama está ficando pequeno. Porque eu já cresci e agora sou grande! E não vou caber no colo... Mãe? Posso deitar na sua perna?".
E eu ando tão sem paciência...Ele em crise, provocando, exigindo atenção. E eu exausta, preocupada com minha tese e meus prazos. Fica difícil saber se a crise é por minha causa ou se minha ausência-presente piora a crise. E a culpa que sinto, quando acho que é por minha causa, não melhora nada meu humor, nem aumenta minha paciência. De maneira que as coisas não estão fáceis.
O jeito é respirar fundo, contar até mil e tranformar irritação em amorosidade. O jeito é fazer milagre. E tentar não perder o meu menino de vista no meio do excesso de vida.
"Mas ao amanhecer eu penso que nós somos os contemporâneos do dia seguinte. Que Deus me ajude: estou perdida", (Clarice Lispector).
Enquanto isso (na Sala de Justiça): hoje a mamífera convidada no blog das Mamíferas sou eu, falando sobre os medos que temos e tentando descobrir Quem tem medo do lobo mau? Vai lá!
Para terminar, um pouco de cor no cinza, tirada num dos dias chuvosos que têm feito ultimamente:
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