Vá lá, vá lá, que o dia hoje é de festa! Depois de uma das campanhas mais horrorosas desde 1989, elegemos a primeira mulher presidenta do país, para dar continuidade a um projeto de país mais justo, mais equitativo, mais solidário.
No primeiro turno, eu já tinha ficado muito emocionada de ver a foto da Dilma na urna, antes de apertar "confirma". Depois da imensa vitória de termos um presidente operário por oito anos - e um bom presidente, vale dizer -, elegermos uma mulher para ocupar o posto mais alto do país, e uma mulher com a trajetória da Dilma - que combateu a ditadura, que trabalha um montão, que aceitou entrar nessa disputa e que aguentou o tranco das acusações, dos boatos, das infâmias todas que pontuaram o processo eleitoral... olha, não é pra qualquer uma. Eu não tenho a menor dúvida - a despeito do esforço desesperado dos jornais de dizer o contrário - que ela ganhou por seus próprios méritos e por representar um projeto de governo diferente do proposto pelo outro candidato. Não foi só o carisma do Lula que a elegeu. Ainda que ela por vezes tenha ficado nervosa nos debates (quem não ficaria?), nas entrevistas em que a vi ou em que a ouvi falar ela estava sempre segura, firme e clara.
Por isso, ainda que eu tenha muitas angústias com o momento que vivemos atualmente (pois que essas primeiras eleições após 8 anos de um governo inclusivo trouxeram à tona ressentimentos e conflitos que ficavam submersos no dia-a-dia miudinho do nosso viver, e eu não sei bem como enfrentaremos o desafio de lidar com eles), depois de semanas de trabalho e agonias, hoje vou me dar a licença da celebração - o direito de rebentar em lágrimas e em festa pelas possibilidades que a eleição da Dilma abrem. Vou me dar o direito à esperança que esse momento seja um novo nascimento - que alargue as margens do possível, que nos permita ser um país (ainda) melhor na invenção de um jeito próprio de lidar com as contradições e os conflitos que fazem parte da nossa história e de nosso momento atual.
Então, só por hoje, vou deixar o exercício do pensamento pra amanhã.
Imagem: Marcello Casal Jr., na Rede Brasil Atual.
Lindo e emocionante. A lembrança de um domingo e quem sabe de mais 4 anos de trégua. Beijo
ResponderExcluirFabiana...Tão querida em seus textos. Também me emocionei muito com essa vitória de alto nível, foi muito bom. Mostrou que as pessoas não são mais tão inocentes, e que queremos conquistar mais. Gostei ainda mais de ver o show que o Zé Dirceu deu no Roda Viva, da cultura, na segunda. Se você não viu, veja no blog do Azenha. Vale a pena. E foi muito legal levar meu filho para votar junto comigo, e ele reconhecer a Dilma na foto da urna.
ResponderExcluirObrigada por ser quem você é.
Inês, a lembrança é boa, mas não tenho muitas ilusões: serão 4 anos de trabalho, sem trégua. O que diminuiu os possíveis significados da vitória, nem um pouco. Beijo.
ResponderExcluirOi, Silvia, obrigada pelo carinho imenso.
ResponderExcluirLi comentários sobre o Roda Viva, mas ainda não tive tempo de assistir.
Que bacana seu filho reconhecer a Dilma! Tão legal, ter no horizonte que uma mulher pode ser a presidente...
Um beijo.