28 março, 2010

Dia bom, dia ruim

 
Vai daí que hoje tirei o dia pra descansar e ficar com o Rô (parece óbvio que seja isso que se faz num domingo, mas não neste domingo - e explico o porquê no final da semana que começa...). Acordamos cedo, tomamos café, começamos a brincar e a jogar vários jogos, depois fomos passear a pé, tomar sorvete, comprar coisas de jardinagem, e voltamos a brincar... Tudo ia bem. Rodrigo feliz e saltitante e eu também (feliz, não saltitante ;-).

Até que resolvemos comer guioza, porque o almoço ia demorar muito a sair. Edu preparou, e nós sentamos pra comer. Rodrigo contente, conversante, cheio de apetite. Quando ele estava no terceiro guioza, sei lá como, de repente vejo ele fazer cataploft na minha frente! O menino se desequilibrou da cadeira e se espatifou no chão. Fui socorrê-lo, vi que alguma coisa estava sangrando e - com a habilidade ninja das mães que vêem a cria se machucar - mais que depressa peguei o menino pra descobrir onde era o machucado, preocupada porque ele só mostrava dor no quadril.

Finalmente, acabei descobrindo que o sangue todo vinha do queixo: um corte, de uns dois dedos de comprimento. Chamei o Edu e ele conseguiu acalmar a gente (porque eu , confesso, já estava super preocupada achando que ia ter que levar pro hospital pra dar ponto e, mais preocupada ainda, porque achava que o Rô não ia deixar).

O menino ficou meio em estado de choque por umas duas horas, só respondendo sim ou não pra gente. Limpamos o corte e eu fiz pontos de esparadrapo (mais uma habilidade que ser ex-escoteira me deu!). Como o queixo é um lugar difícil de deixar quieto, ainda ficaram saindo umas gotinhas intermitentes de sangue, mas da terceira vez que troquei o curativo, agora à noite, já estava muito melhor e, com o Rô mais calmo, consegui fazer pontos mais firmes, de modo que não sangrou mais. Ele já está voltando ao normal dele, bagunceiro e cheio de experimentos, fazendo cinema de sombras na parede do meu quarto.

Mas me deu muita pena ouvir o serzinho pequenininho comentando, no finalzinho da tarde "É, mãe, hoje não foi um bom dia"... Dá um sentimento de injustiça mesmo, ser apanhado assim no meio da alegria e da brincadeira. É como se as coisas nos traíssem. Por mais que o machucado tenha doído, senti que não foi essa a razão dele ter ficado tão assustado e magoado: seu susto e sua mágoa me parecem ter sido fruto, sobretudo, dessa dificuldade de compreender como um dia normal, gostoso, de repente possa ter mudado de caráter.

A gente em geral fica leve quando os dias ruins de repente se iluminam. Mas um dia bom faz a gente se sentir protegido, como se nada pudesse dar errado. Por isso, quando algo dá errado no meio de um dia bom, é um susto imenso. Abre ferida na nossa esperança. E haja esparadrapo pra fazê-la sarar.

Imagem: daqui.

2 comentários:

  1. tadinhoooo!!!

    o joão tb já arrebentou o queixo. huahauahuha.
    mas o joão desmaiou de ver o próprio sangue pelas paredes da casa. hauhauhuahauahua

    ai ai.

    hoje eu rio....

    ResponderExcluir
  2. Ai, Thaís, que meeeeedo! Imagina, uma criança desmaiando? Que meeedo!
    Pior que por aqui também foi uma sangueira danada - no chão, na minha roupa, nos sofás... Horror! Rodrigo não desmaiou, mas olhava com uma cara de nojo...
    Mas faz parte da infância, né? Tem jeito, não!

    Beijos.

    ResponderExcluir