01 outubro, 2009

Mau Humor

Minha irmã, quando pequena, inventava significados pra rabugice, torcendo as palavras e dizendo que era tudo "mau amor".

Desde a semana passada que estou assim: coração raso de paciência e, na superfície da pele, pequenas dinamites querendo explodir. Feito cachorro brabo, rosno, ladro-ladro-ladro, ainda que não morda.

Mesmo com aqueles que amo e que me amam, estou azeda de dar nó na língua. Amando um amor talhado feito leite velho.

(Só melhora um pouquinho quando o Rodrigo, em sua sabedoria de criança, mesmo depois de rosnares e latidos, insiste em caminhar comigo de mãos dadas. E enquanto agradeço a ele por não desistir de mim, nem mesmo quando estou muito chata, entendo melhor a misteriosa receita que transforma o leite talhado em delicioso doce de leite. Rodrigo sorri, me estende a mão, e o azedo vira mel: pura arte de recuperar o bom do amor).

Pra adoçar a boca (e o amor):



Um comentário:

  1. Fa, passou o mau humor? Terminou o memorial? Para quem é de exatas como eu, um memorial é uma coisa simples: um relato dos trabalhos desenvolvidos ao longo da vida, onde haja um fio, ainda que invisível ligando-os. Na verdade nunca tive que escrever um memorial. Mas acaba-se fazendo isto por períodos, na elaboração de relatórios de projetos. Quem sabe você não está porecisando de uma comida gostosa ou uma boa noite de sono? Lembra quando a Juju era pequena e ficava de mau amor? Muitas vezes era fome e ela nem percebia. Que fome você tem qte está por trás deste mau humor? Beijos.

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