Numa reunião da escola do Rodrigo, ano passado, ao final pediram para os pais deixarem algumas lembranças para os filhos - impressões provocadas por aqueles mundos todos que eles tinham conhecido e criado. Sem saber desenhar ou pintar, fiz o que sabia: armei umas palavras em sentimentos sobre viagens, chegadas e partidas (o tema que eles estavam estudando). Hoje encontrei o rascunho, perdido no meio de algum livro.
quem parte às vezes
nunca chega
às vezes chega e fica
outras fica, pensando em ir embora.
pode-se chegar:
em casa
em pouso provisório
carregando:
raiz
mala
o próprio coração
da gente mesmo
é impossível ir-se embora.
da gente mesmo
nunca se acaba de chegar.
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