a criança brincando na praça enuncia a falta com poesia: vem, mãe, aqui no meu perto! de perto, a gente atenta o momento em que a escuta rebrilha os olhos em compreensão ou turva nos lábios um sorriso. de perto, as mãos traem o nervoso mal contido e se contorcem, travando os dedos como dentes que se cerrassem duros. de perto, o perfume percorre o caminho do nariz à pele, se esparramando sem pedir licença, inaugurando memórias. de perto é ainda longe quando - tropeço que interrompe a distração - a vertigem de beira de abismo acorda o desejo de pular. na lonjura mora a saudade. no perto, habita a urgência.
pertos e longes, sempre cheios de mistérios.
ResponderExcluircontinua lindo aqui. :)