30 maio, 2012

trama

abro o e-mail de manhã e uma supresa deliciosa na caixa postal - uma história, traduzida com todo carinho, dividida com esperança e alegria. devoro a história como o sr. raposo devora os livros: cheia de fome e vontade, com sal, mas sem pimenta - que não estou acostumada e a língua fica dormente, a entravar a boca pra conversa ou pra outros gostos.
e como uma boa história que a gente devora também devora a gente, no caminho de volta da escola tem mãos dadas e um novo partilhar: cada passo desenrolando a trajetória do sr. raposo, seus hábitos alimentares, seu período de fast food - forma sem conteúdo, que não sacia de jeito nenhum...; sua descoberta da biblioteca, sua carreira criminal, sua volta por cima... a cada episódio, a mãozinha quente apertando mais forte a minha e perguntando "e aí? acaba assim?". a ansiedade de conhecer o final devorando mais que a fome da hora do almoço.
a ponta lançada do outro lado do oceano amarrada à trama de cá - costurando a presença onde a saudade, ela também, insatisfeita.

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