06 maio, 2011

ponto de fuga

No meio de tanta gente, meu olhar tateia, vagueia, para finalmente convergir em você. E o espaço se abre em amplitudes e as cores em intensidades. A vida inesperadamente adensada, em plena expansão.
Ao mesmo tempo me alegra e me confunde, sua comparência silenciosa e constante, esboçada em traços finos de lápis - sob risco da borracha, como se suspeita de erro.
O cansaço dos dias, as incertezas dos caminhos e a confusão dos tropeços borrados em torno dessa sua presença límpida e mansa. As linhas tortas finalmente reunidas em ilusória direção: caminho infinito à frente e alguém com quem caminhar em quietude.


Gosto de estar a teu lado,
Sem brilho.
Tua presença é uma carne de peixe,
De resistência mansa e de um branco
Ecoando azuis profundos.
(Mário de Andrade)

Um comentário:

  1. 'alguém com quem caminhar em quietude'
    tão bom ter isso.
    só quem tem, sabe.
    bjo, flor.

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