Não chega nem a ser respiro; é mais o breve intervalo entre inspirar e expirar. A fé cega de quem está em plena travessia, pé ante pé na pinguela estreita que leva de um lado a outro, e consegue não olhar pra baixo. A calmaria de estar mergulhada no presente, esquecida da turbulência recém-ultrapassada e também das incertezas do futuro. Concentração no agora- mesmo, pés fincados na terra, lua nova, início de estação. Uma pequena morte: instante fora de qualquer tempo e espaço. É breve (a esta altura da vida já sei). É fundo. É bonito, também: encher a alma de horizonte, ampliar espaços por dentro. Nem adianta pedir pra durar - dali a pouco o vento sopra, tudo se agita, é necessário içar as velas e decidir a nova direção. Mas não ainda: por enquanto é tempo de permanecer.
Imagem: Patricia Metola
que lindo, isso, Fá! eu sei como é... esse sentimento é uma delícia e você escreveu de um jeito... senti daqui!
ResponderExcluirbom final de semana! beijos
:-)
ResponderExcluirBeijo e bom final de semana pra você também!