15 fevereiro, 2011

de passagem

Primeiro o homem, todo menino, no meio da rua. Os braços pensos para baixo, como quem devolve ao outro o enigma que foi incapaz de resolver. As mãos espalmando a pergunta. Depois a moça, toda antiga, emoldurada pela janela do quarto. Dura e distante, afirmando enfaticamente a resposta que o outro não quer ouvir. Por último a chuva, suspensa, recusando interromper e transformar a cena. Nos filmes românticos, o reencontro  sempre uma umidade de pingos grossos e lágrimas. Não ali. Não agora. Finda a história.

2 comentários:

  1. às vezes se recomeça. uma nova história. será?

    ResponderExcluir
  2. Sim, Tata. Como já ensinou o Paulo Mendes Campos: "em todos os lugares o amor acaba; a qualquer hora o amor acaba; por qualquer motivo o amor acaba; para recomeçar em todos os lugares e a qualquer minuto o amor acaba" :-)

    ResponderExcluir