14 março, 2012

desajeito

quando gratuitamente me estendem uma flor ou um ramalhete - uma doçura, um sorriso, um cuidado, um abraço mais apertado - nunca sei o que fazer. agradeço, acolho atabalhoadamente a dádiva, e parece sempre insuficiente. depois vou procurar um vaso, enchê-lo de água, cavar uma sombra fresca. fazer perdurar a graça. a me lembrar do encontro e também do meu desajeito: as flores um pouco despetaladas, o dedo rasgado por um caule fininho de ponta mais viva.

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