não deu pra resistir ;-)
Se te pareço noturna e imperfeita/ Olha-me de novo. Porque esta noite/ Olhei-me a mim, como se tu me/ olhasses. E era como se a água Desejasse/ Escapar de sua casa que é o rio / E deslizando apenas, nem tocar a margem. Te olhei. E há tanto tempo/ Entendo que sou terra. (Hilda Hilst)
30 outubro, 2014
07 outubro, 2014
em mar aberto
nos últimos dias (duros, difíceis), lembrei da potente voz do milton nascimento cantando essa plataforma onde a gente descansa, se ancora e de onde é possível se lançar quando oportuno. pequena margem de segurança, inventada. a ficção da seguridade contida aí, nessa outra ficção de que se lançar ao mar é escolha. como se estar vivo não fosse isso aqui, esse esforço em manter a cabeça para cima da água, essa luta contra o vento e a tempestade. as fases em que dói o peito com o cansaço de nadar sem trégua.
e porque lembrei dessa canção, lembrei também de drummond.
As guerras, as fomes, as discussões dentro dos edifícios
provam apenas que a vida prossegue
e nem todos se libertaram ainda.
Alguns, achando bárbaro o espetáculo,
prefeririam (os delicados) morrer.
Chegou um tempo em que não adianta morrer.
Chegou um tempo em que a vida é uma ordem.
A vida apenas, sem mistificação (Os ombros suportam o mundo. Sentimento do mundo).
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