entre a piscina tépida e a quentura produzida no ir e vir ininterrupto, um respiro mais demorado aquece a garganta e sabe à rouquidão do desejo.
Se te pareço noturna e imperfeita/ Olha-me de novo. Porque esta noite/ Olhei-me a mim, como se tu me/ olhasses. E era como se a água Desejasse/ Escapar de sua casa que é o rio / E deslizando apenas, nem tocar a margem. Te olhei. E há tanto tempo/ Entendo que sou terra. (Hilda Hilst)
16 setembro, 2012
14 setembro, 2012
enamorada
Estou apaixonada pela literatura do Alejandro Zambra. Apaixonada por sua forma de arranjar as palavras, de contar histórias ao mesmo tempo em que fala sobre o próprio ato de escrever. Por sua literatura que é de primeira linha mesmo quando fala de personagens comuns, metidos em situações ordinárias, premidos por preocupações de tododia. Pela precisão com que fala de experiências que, de certo modo, também me tocam a mim: a mim que escrevo; a mim que vivo; a mim que sou latinoamericana e tenho trinta e tantos anos. Estou apaixonada por sua simplicidade. E por seu refinamento. Pelos ritmos que sua literatura inscreve nos meus pensamentos. Por ele ter me apresentado a palavra "jabalina", fazendo-a cruzar o céu da página e o céu da boca, na pronúncia em se tateiam os significados. Por ele ter me ensinado a espionar as conversas das árvores, quando acham que ninguém está ouvindo. Por me levar pela mão até o ponto do ônibus donde se embarca em direção ao passado, que ainda não passou. Apaixonada. Encantada. Enamorada.
(coisa boa que é ter um bom autor por companhia).
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