13 março, 2011

nesperança

faz um tempo que notamos a folhagenzinha verde que despontou: frágil, mas também decidida, foi crescendo, crescendo. mãe de um filho, sabia que o jeito era deixar crescer. mesmo sem saber o que era, mesmo sem pistas de como aparecera. do outro lado do vaso, outro brotinho igual a lhe fazer companhia.

hoje, mexendo nas plantas, descobri-lhe a identidade: é pé de nêspera, brotada de sementes há muito tempo lá depositadas, junto com a esperança de que pudessem renascer. com a revelação, uma felicidade infantil de quem se surpreende com a vida inesperada.

especialmente hoje, em que a dor que tem epicentro do outro lado do mundo me atinge e me inunda, que lindo ver a brotar duas nesperanças, para relembrar que do silêncio e do fim também se ressurge.